Você já teve a sensação de ouvir um sustain que parece soar de forma infinita? Já reparou que nos vídeos em que rola esse som os guitarristas e/ou violonistas usam um recurso que parece um aparelho de barbear? Muito bem! O simpático brinquedinho responsável por essa traquinagem sonora se chama EBow, esse carinha na foto abaixo.
O EBow foi inventado pelo norte-americano Greg Heet, em 1969, mas apresentado ao grande público somente em 1976. Em sua etimologia, a palavra EBow deriva de “Electronic Bow”, que traduzido literalmente significa Arco Eletrônico.
Desenvolvido para produzir uma variedade de sons não reproduzíveis a partir de técnicas tradicionais, o EBow pode ser usado em guitarra, baixo ou violão. Na prática, o que ele mais faz é transformar o seu instrumento em violino! Mas como? Simples: o EBow usa o feedback do circuito do captador; ele possui bobina e um amplificador para induzir que a corda vibre infinitamente, produzindo sons semelhantes aos de um violino. Como é monofônico, ele vibra uma corda por vez, criando um sustain infinito na nota da corda em que foi posicionado. Os recursos de Fade in e Fade out também são possíveis com o uso do EBow.
Não podemos deixar de mencionar que o EBow funciona melhor em uma melodia cujas notas sejam mais repousadas, ou seja, nem pense em usá-lo quando for fazer aquela fritação na guitarra! Também é importante você saber que o brinquedinho funciona melhor no captador do braço, ou seja, não perca seu tempo usando-o perto do captador da ponte de sua guitarra. Outra dica preciosa é optar por tocar as notas caminhando de forma horizontal no braço do instrumento, pois é preciso cortar o som da anterior antes de passar para a próxima e a disposição das notas verticais pode dificultar um pouco esse processo.
Bons usos do EBow
Para melhorar um pouco essa nossa conversa, nada melhor do que ver usos práticos do EBow. Infelizmente, não tem como listar todas as músicas que usam esse recurso de forma mitológica. Sendo assim, listamos um top com ótimos exemplos de uso dessa poderosa ferramenta. Divirta-se com os vídeos abaixo!
1. Embaixador do rolê
Quem manda muito bem com EBow é o guitarrista The Edge, do U2. O recurso pode ser observado em vários momentos da extensa discografia da banda. Porém, é no solo de The Unforgettable Fire que o músico consegue extrair o melhor resultado da ferramenta, conforme você confere a partir de 1’20″ (mais ou menos) do vídeo a seguir.
2. Ei, sumido!
No ano 2000, o Capital Inicial agitou o rock nacional com o disco Acústico MTV. Para registrar as versões desplugadas de seus grandes sucessos, o quarteto brasileiense contou com a atuação do lendário músico e produtor Marcelo Sussekind. Entre outras peripécias, Sussekind usou o EBow de forma sensacional, conforme você pode conferir na introdução da música Fogo no vídeo abaixo. De lá pra cá, no entanto, a ferramenta sumiu dos trabalhos do Capital. #FikaDika
3. Nas 4 cordas
O músico e luthier espanhol Jesús Rico é um dos baixistas que melhor sabem usar o EBow nas quatro cartas. Só dê o play no vídeo abaixo e confira a obra de arte que Jesús Rico consegue fazer com esse poderoso recurso.
4. Delicadeza selvagem
Desde que apareceu no cenário, em meados dos anos 90, a saudosa banda Charlie Brown Jr. só fez revolucionar. Inovadores, criativos e surpreendentes, os caras souberam como combinar o sua musicalidade feroz com a sutileza que só o EBow consegue proporcionar.
Bem interessante o uso do EBow, não é? Se tiver curiosidade de saber sobre algum instrumento, ou sobre algum recurso, deixe seu comentário e a gente vai conversar sobre o assunto.
Source: Cifra Club